sexta-feira, 29 de abril de 2011

TRIBO TUXÁ

Carlos Eduardo Cosmo e Marina Tito Pereira[1]
Habitantes do Brasil mesmo antes da colonização, o povo Tuxá resistiu ao extermínio e à penetração pecuarista no Nordeste do país. Com População de aproximadamente 929 índios, donos de mais de 30 ilhas, no Rio São Francisco, viveram nos últimos anos na Ilha da Viúva em Rodelas (BA).
Segundo Nasser & Cabral (1974) e Sampaio-Silva (1997), os Tuxás, provavelmente é uma junção de diferentes etnias. As práticas agrícolas são de subsistência, com o plantio de mandioca, feijão, milho e verduras, nas ilhas próximas a Rodelas, inclusive na Ilha de Assunção, mas na área ocupada pelos indígenas há também posseiros brancos.
Foi fundada uma missão na Ilha de Assunção para aldeamento de indígenas de diversas etnias, por volta de 1722. Com a extinção das aldeias em 1879, seus habitantes passaram a viver em bandos, inclusive na própria ilha. Por volta de 1981, a FUNAI e o Governo de Pernambuco tentaram instituir uma reserva indígena para os indígenas habitantes da ilha, denominados de Truká. Alguns estudiosos denominam Os Tuká e Truká de índios canoeiros, remanescentes das Aldeias de Assunção e de Santa Maria. E os Tuxás definem que Truká significaria “filhos de tuxá”.
A aldeia dos Tuxás com a construção da barragem de Itaparica, em 1988, foi inundada e os índios tiveram que serem transferidos para três áreas distintas: ‘nova cidade de Rodelas, Ibotirama e Inajá’, ficando apenas lembranças da Ilha que habitavam, pois perderam suas roças, plantações de várzea, árvores frutíferas, hortaliças e criação de animais. De uma hora para outra os Tuxá perderam a dignidade e foram obrigados a mudar a própria cultura. Segundo o cacique João Batista Tuxá eles são exemplos vivo de descaso com os povos indígenas.
Apesar de cada família ter recebido R$ 31 mil como compensação a humilhação de ter saído de suas terras (reconhecido pela justiça em 2004 como danos morais) e da atitude tomada pela CHESF de pagar R$ 461,00 a cada família para compensar a falta do chão propício a uma agricultura e a falta do rio; os índios se viam insatisfeitos, pois não ganharam o mais importante (a terra), para eles era impossível falar de índio sem terra ou rio.
O que restou da tradição dos Tuxá foi os seus rituais: O Toré e o Particular (sinal de identidade étnica e coesão tribal).
O Toré é um ritual de cantos sagrados em que os índios desenvolvem o sentimento de integração, amor, união e força para sustentar sua cultura, envolvendo a natureza, animais e plantas, o vento, a terra, o fogo e as águas. O objetivo principal é buscar uma conexão com a energia divina. (manifestação pública e coletiva, aberta à participação de todos os índios).
O particular é uma cerimônia mais fechada, restrita aos adultos Tuxá casados, homens e mulheres, utilizam a jurema e o fumo com mais intensidade.


Referências Bibliográficas



[1] Alunos do 3º Informática do Ensino Médio Integrado do IF SERTÃO PE, Campus Petrolina.

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