sexta-feira, 29 de abril de 2011

Atikum


Anny Cristinny Freire Barbosa e Igor A. Santana[1]

            O Grupo Indígena Atikum é denominado também de Atikum-Umã. Estão localizados na serra das Crioulas e Umã, na área do município de Carnaubeira da Penha, em Pernambuco. A população é estimada em 5.139 indivíduos.
       São conhecidos como os "caboclos da Serra do Umã", do sertão de Pernambuco, aprenderam a dançar o toré com seus vizinhos Tuxá. No início dos anos 40, procuraram o Serviço de Proteção aos Índios, dando início ao processo de seu reconhecimento oficial como grupo indígena. Os Atikum são falantes apenas do português.




            Habitam uma área com solo argiloso, na serra do Umã, com vegetação predominantemente arbustiva, sendo que em alguns trechos despontam árvores de maior porte. As capoeiras são uma constante na paisagem local. Quanto à fauna, destacam-se gaviões, corujas, tiús, pebas, tatus, cangambás, cobras, preás, tamanduás, caititus e jacus. Tais animais, com exceção dos dois primeiros, são frequentemente caçados, com cachorros e espingardas pelos habitantes da área. O criatório doméstico é de galinhas, bodes, vacas, carneiros e porcos.  Dos frutos silvestres, destacam-se o umbu e o maracujá. As frutas cultivadas são as seguintes, por ordem de quantidade: banana, manga, caju, mamão, pinha, goiaba, jaca, coco, laranja, limão. Há uma boa produção de mel também.
A agricultura, base da economia Atikum, faz com que as roças de mandioca, fava, milho, feijão, arroz, mamona e algodão sejam também uma constante na paisagem da Serra do Umã. Acrescenta-se a isso o plantio de maconha (Cannabis sativa) que, apesar de não fazer parte de uma agricultura Atikum, soma-se ao panorama geral, uma vez que as serra bem como os municípios de Carnaubeira da Penha e Floresta se inserem no chamado "polígono da maconha", que engloba vários municípios do sertão pernambucano.
A localização da Terra Indígena Atikum há vinte aldeias, entre as quais Alto do Umã (sede do posto), Olho d'Água do Padre, Casa de Telha, Jatobá, Samambaia, Sabonete, Lagoa Cer-cada, Oiticica, Areia dos Pedros, Serra da Lagoinha, Jacaré, Bom Jesus, Baixão, Estreito, Mulungu, Boa Vista e Angico (dados de 1998).
Conforme o "Memorial descritivo de delimitação (AI Atikum)" da FUNAI, de 1989, contava naquele ano com uma população de 3.582 indivíduos. Segundo cartografia oficial, a área localiza-se na região da serra das Crioulas e Umã, nos limites do atual município de Carnaubeira da Penha, sertão de Pernambuco. Os índios, no entanto, apontam a Serra do Umã como seu território indígena.
A aldeia mais importante na área indígena é Olho d’Àgua do Padre, que desde a fundação da reserva, funciona uma feira dominical frequentada também por não índios que lá estabelecem trocas comerciais e outros negócios, bem como promovem atividade política em período eleitoral. Além disso, tudo cabe apontar a presença constante de posseiros e fazendeiros na área Atikum.
Os atikum não preservam muitos traços culturais. Ainda dançam o Toré, e praticam o chamado “gentio”, em local afastado realizam reuniões secretas, que segundo alguns relatos são semelhantes aos cultos afrobrasileiros. Seus traços físicos indicam uma forte miscigenação com o negro, provavelmente grupos fugidos da escravidão que se instalaram na Serra do Umã.
           
Referência Bibliográfica


[1] Alunos do 3º Informática do Ensino Médio Integrado do IF SERTÃO PE, Campus Petrolina.

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